O chão me foge. O ar me falta. As gotas caem displicentemente. Estaria eu subindo aos céus ou caindo em direção ao nunca? É difícil saber agora que já não vejo nada. Talvez eu esteja voando enquanto caio e quando chegar ao nada me encontre no nunca que se tornou o meu senso. No fundo é tudo baseado na lei da oferta e da procura, e claro, nem sempre é justo. Mas se as permissões me chegam modificadas, nem ao menos posso reclamar ao fornecedor, ele já se foi e ainda está aqui. Portanto, lutar pelo que me tiram só é válido se tiver forças para não deixar que levem. Afinal, se me tiram sem que eu veja, não é gritando que vou tomar de volta. Como vê, o sentido há muito me abandonou, não vejo nem sua sombra. Mas, como disse o poeta: "Que fique muito mal explicado.Não faço força pra ser entendido, quem faz sentido é soldado"
Só me preocupo com a inspiração, ela sim não me pode abandonar. Ela é a única obrigada a aguentar meus devaneios, aliás, ela não existiria se não fossem esse olhos tão capazes de ver tudo dessa maneira tão subjetiva. Portanto, ela que me engula! Não me permito ser permissiva com essas coisas tão volúveis. Quem acham que são para, a essa altura da campeonato, fazer mimetismos? Que se danem os volúveis, os assexuados, os moralistas, os duvidosos e os humanos! Não presto pra serviço militar.
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