sexta-feira, 22 de março de 2013

Achados

Eu tava quase ma achando gente. Secando e limpando toda a sujeira de uma brisa meio forte que passou faz muito tempo e trouxe impurezas do mundo aqui pra dentro. Quase fechei a janela. Me dirigi a ela, de mãos abertas e coração fechado, mas aí, vi o sol. Ele entrou, sentou, me abraçou e aconselhou. Deixei tudo aberto. E o tempo foi passando, só percebi pela leve dança das cortinas. Eu já não me importava mais de limpar, expulsar alguns incômodos e inesperados restos. Achei que tudo estivesse seguro e abri a porta também. Para quê? Mais uma vez a brisa veio, fraca, mas bagunçou me cabelo, tapando minha visão, me deixando perdida e meio cega num tiroteio inofensivo de sujeirinhas, marquinhas bobas de gente boba. Eu tô com medo de ir até a porta, ir até a janela. Tenho medo de fechar para esses machucados e impedir também que outros raios de sol venham.
Que essas impurezas não me faça impura também.

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