quinta-feira, 28 de março de 2013

Cheia das vontades

(Agosto/10)

Já entrei com o espírito nas palavras jogadas sobre mim como um manto, que ressoam mesmo quando não canto.
E o espaço tomado em minha mente é crescente, a verdade, eloqüente.
E é dita por bocas malditas, feridas na alma que não existe mais. E as bocas te levam com elas, te fazem ver-se onde o você sou eu e tudo se une em um só.
E surge a criação, a vontade. A vontade é demente, a vontade é crescente, irradia dos poros e ilumina a pele.
Ela cria esperança, ela traz a bonança, ela puxa o tapete.
Ela delira no meio da madrugada, no meio dos sonhos, te puxa para ela, te encanta.
A vontade corrói, te seduz, diz no pé do ouvido.
E que venha a vontade de palavras, que venham as chuvas de letras, que  venham os poetas assombrar, e assassinar!
Que matem a vontade, vontade de tudo, do mundo, da tradução dos sentimentos, vontade de literatura.
Que matem o amor, que levem a consciência, que façam sofrer. Desde que deixem como lembrança por tudo, os poemas, com as vísceras dos escritores expostas, dizendo tudo o que estava gravado nas entranhas.
Para o resto do mundo tentar imaginar como é.
Ah, a vontade!

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